sábado, 5 de setembro de 2015

Como comecei a surfar

Era adolescente e achei que não fosse conseguir, por isso, nunca tentei. Mais tarde, aos 30 anos, mais confiante, com a experiência de alguns sucessos e outros fracassos pessoais, resolvi que iria"tentar"....

O surfe é uma maneira muito clara de medir suas capacidades, esforços e resultados. É um desafio. Não gosto de adrenalina, mas gosto da superação e da conquista. Sobretudo da conquista.

Fiz o plano básico. Peguei uma prancha emprestada, larga, grande e entrei numa escolinha de surfe perto da minha casa, no Rio de Janeiro. 3x por semana ia  `a praia de manhã e ficava por umas 2hs com a turminha de iniciantes. Meu filho era bebê e também ia comigo. Rolava um revezamento e algumas outras mães ficavam com ele na areia, enquanto eu estava na água.

Um ano depois já estava no Hawaii, com minha própria prancha, meu leash, minha parafina, minha roupa de borracha e caindo em mares sozinha. Óbvio que eu era muito ruim....mas não estava nem aí. Essa é uma das vantagens da maturidade! Fazia aquilo para mim, não para os outros! Tive incentivo importante dos meus amigos surfistas e do meu marido sobretudo, que sempre me apoiou e nunca teve vergonha de ir surfar comigo (ou disfarça bem até hoje)!

Quebrei o nariz num erro crasso de deixar a prancha bater no meu rosto após uma vaca, tomei caldos enormes e engoli bastante água, mas hoje posso dizer que aprendi o básico. O que mais me motiva no surfe é essa sensação de chegar no outside, olhar em volta, cumprimentar os outros surfistas, sentir a natureza em minha volta e pensar: "eu consegui! estou aqui! e foi tudo mérito meu!"

Em breve estarei indo para minha 6a. temporada como surfista no Hawaii e espero aprimorar ainda mais minhas manobras. Hoje pratico surfe na remada, tow -in e Stand Up paddle e todas essas modalidades me trazem a mesma condição de aprendizado: de que sou capaz se me esforçar, se fizer com amor e dedicação.

Por isso, colegas de idade ou gênero, sim, mulheres de 20, 30, 40 anos, não desistam. Provavelmente vocêm tem mais "talento" do que eu para o esporte! Não é fácil, mas o caminho é divertido, um exercício maravilhoso de auto-conhecimento e superação! As ondas nunca param de quebrar, o sol nunca cessa de brilhar, mas a vida é breve e é muito bom aproveitá-la ao máximo.

ps: se precisar de alguma ajuda ou quiser trocar idéias sobre essa experiência, me mande uma mensagem, que eu quero te conhecer! ligiamoura@uol.com.br

Ligia Moura
Ligia é empresária, gestora ambiental, esposa do big rider Carlos Burle e mãe de Reno Kai, 5.



Essa sou eu! Empolgada, surfando um outside reef no Hawaii em 2014.

Mais fotos em:
http://www.surfline.com/photos/index.cfm#!/gallery/custom/barra-beach-10-04-2014------


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Família que segura a onda


Reportagem publicada na revista Fluir junho/2015:

Demorei um tempo para entender que a partir do momento que decidi me casar com um surfista de ondas grandes deveria rever meus conceitos de “estabilidade”, “rotina” e “segurança”.

A “rotina” de não ter “rotina” afeta toda nossa família. Um café da manhã tranquilo pode virar um “maremoto” após um “click” no site de previsão de ondas, onde vê-se uma ondulacão enorme indo para o Taiti ou de um email com a chamada de um campeonato em alerta “verde” no Chile, no Peru, na Califórnia….. daí começa uma sequencia de correria para comprar as passagens, arrumar as malas, embalar as pranchas, cancelar todos os compromissos para próxima semana.

Sempre que podemos, para ficarmos juntos, viajamos para acompanhar meu marido. Meu filho, Reno Kai, de 5 anos nunca cumpriu o calendário escolar direito.. Tem saudades da escola e as vezes, quando passamos mais de 1 semana longe, sou eu quem tem que rever as materias com ele no hotel, no avião….

Não é fácil, mas acredito que todo mundo tem seus desafios e eu não posso reclamar. Enquanto muitas pessoas querem uma vida de aventuras, eu rezo para conseguirmos comemorar o Natal em casa, no Hawaii, sem correrias (o que nem sempre acontece, já que Dezembro é o auge da temporada de ondas grandes no hemisfério Norte), com presentes na lareira, família e amigos.

“As pessoas que estão ao seu lado são as pessoas que irão te ensinarão a viver”….me disse Carlinhos um dia.

Quando o mar fica gigante, Carlinhos é o ser mais calmo do planeta. Dá até aflição. Se controla e finje que a adrenalina não está correndo em suas veias. Acorda, medita, se alonga, faz ele próprio seu mingau de aveia, pica as castanhas por cima e com paciencia espera a colher de mel escorrer até o prato. Eu vou ficando ansiosa, assim como todos que estão a sua volta. Na praia, nesses momentos tensos, com o mar enorme, cumprimenta todo mundo, sorri, conversa….
Para mim isso é uma lição de estabilidade emocional e auto-controle invejável. Requer prática, e eu me espelho nele para um dia conseguir controlar meus “hormônios” o tempo todo.

As vezes sonho que ele vai deixar um swell passar e não vai mais querer surfar as maiores ondas do planeta…..mas claro, hoje isso é somente um sonho….um desejo talvez, de ter as pessoas que eu amo seguras ao meu lado. Mas no momento seguinte, deixo de remar contra a correnteza e me apegar `as certezas que não existem, para deixar as coisas fluirem, …no ritmo que as coisas tem que acontecer….sei que um dia, naturalmente, ele vai parar….. nao agora, não sei quando, quem sabe?! Sempre brincamos que o que agente não sabe, Netuno sabe, então deixa para ele esse dilema e vamos rezar e agradecer pelas ondas que estão sempre quebrando perfeitas em algum lugar!



Ligia Moura- Ligia é esposa do big Rider Carlos Burle. Paulista, empresária, gestora ambiental e surfista amadora “esforçada”.
Contato:
ligiamoura@uol.com.br



Eu, Carlos e Iasmim no aniversário dele.
Todos compenetrados! Carlos, eu e Reno Kai
Relax pós surfe. Carlos, Reno Kai e eu!
Família Burle posando no nosso super Stand Up inflável
Família Burle numa festa de família
Reno Kai e Iasmim
Carlos Burle, Ligia Moura e Reno Kai no Hawaii
Ligia Moura, Reno Kai e Carlos Burle `a caminho do surfe, Hawaii.

Diário de Rapa Nui

REPORTAGEM PUBLICADA SITE REVISTA TPM EM JUNHO DE 2014:
http://revistatpm.uol.com.br/so-no-site/diario-de-rapa-nui.html

Vou começar falando do “Mana”. “Te Pitu Te Henua”, ou  “o umbigo do mundo”, como a Ilha é conhecida em Rapa Nui tem pouco mais de 5.700 mil residentes fixos, um mar de um azul profundo e uma natureza colorida, verde e florida, que emana uma energia muito boa, o que os locais chamam de “Mana”, mas que eu poderia chamar de “paz”.

A ida até a Ilha de Páscoa é longa…são 3h30 do Rio de Janeiro até Santiago e mais 5h30 de Santiago até a Ilha. Todos os dias as 13h00 chega o único avião da Lan Chile vindo do continente.

Ilha de Páscoa recebeu esse nome, porque foi em 5 de abril de 1722, um domingo de Páscoa, que o navegador holandês Roggenveen descobriu Rapa Nui, enquanto seguia para o Tahiti.

A Ilha tem 163km2 e em poucas horas se consegue dar a volta na ilha pelas estradas asfaltadas que ligam `a pequena (e única cidade de) Hangaroa e os principais localidades turísticas da Ilha: os 15 Moais, o vulcão Ranu Raraku, de onde eram extraídas as pedras das estátuas, o Vulcao Ranu Kau e a praia de areia branca de Anakena.

Para nós, os surfistas, o resto das praias ou point breaks são acessados por trilhas entre pastos,  pedras e (ops!) Moais…

Viemos com 8 pranchas de surfe e uma de SUP inflável, 1 mala só com roupas de borracha e coletes de tow in, 1 sled e uma mala de roupas. Some-se a tudo isso fraldas e brinquedos do RK. Quando achei que isso tudo era muito, encontramos a família do Alemão de Maresias, Renata, Renê, com 4 anos e Samuel com apenas 8 meses!

Aqui na Ilha também estão Silvio Mancusi, Bia, seu filhinho Benjamin e a equipe de filmagem do seu programa! Verdadeira farra brasileira!

Gracas `a Deus, `as ondas e aos nossos amigos surfistas nativos, Wilo, Renê, Uti e papo, a expedição de surfe foi muito bem sucedida. Burle e Alemão conseguiram pegar bons mares de até 15 pés, vento terral e sol!
Além de surfe, fizemos mergulhos (aqui é um dos melhores lugares do mundo para mergulho, pois a visibilidade na água chega a 50m, graças `a pouca presença de planctons e afluentes), passeios de bike e trekkings. A ilha é um imenso gramado com sítios históricos por todos os lados…tem que se tomar cuidado para não “pisar” em nenhum “Moai” caido no chão, ou numa pedra que tenha um “petroglifo”, inscrição ou desenho ancestral. Os nativos estão sempre de olho nos turistas e dizem que , quem é pego “danificando” os monumentos é banido para sempre do país….não duvidamos e tomamos sempre muito cuidado, inclusive com as crianças….

Agua. Infelizmente a água que said a torneira não é tratada e temos que viver comprando garrafas e garrafas de água….um desperdício aflitivo…. Além do valor alto. Cada garrafa com 1,5l custa US$ 4, ou R$ 10.

Por 2 vezes contratei a recepcionista da pousada, a chilena de 20 anos Nilce, para cuidar do Reno Kai, enquanto surfava…ao todo surfei 4 vezes em 10 dias…dado que o mar por vezes estava muito grande, por vezes muito vento e que não tinha babá, foi uma media boa em 10 dias … Ela cobrou US$ 15 por hora, $ 8,500 pesos. Já tinha ouvido falar que na ilha falta opções de vestuário, maquiagem, tudo que as mulheres gostam de comprar…e que todas “adoram” comprar roupas das turistas!, então  perguntei se ela não preferiria ficar com minha roupa de borracha e ela aceitou na hora!…. Realmente as opcões de compras aqui são limitadas…o ideal é trazer tudo que se precisa…ou um pouco mais para fazer esse tipo de “comercio informal”.

Ceviche: Te Moana tem o melhor ceviche da ilha. O Duo, são 2 tipos fresquíssimos: com leite de coco ou frutos do mar. Vem acompanhados de batatas doces fritas, “os camotes”, como são chamados por aqui.

Empanadas: Praticamente todos os restaurantes e padarias (só deve existir umas 3 na cidade toda) tem. Custam entre $ 2.000 e $3.500 (equivalente a US$ 4 a US$ 7) e são de vários sabores: carne, queijo, vegetarianas, de frango ou peixe. Assadas ou fritas fazem parte da cultura local. Empanadas com cerveja, com sucos naturais (de goiaba ou manga da ilha) ou até mesmo café.


17/05,sábado:
Embarque no Rio direto para Santiago. Dormida em Santiago no hotel Holiday Inn, na frente do aeroporto.

18/05, domingo:
Atrasados, com frio de 5oC, atravessamos a rua correndo com toda essa bagagem e encima da hora, conseguimos fazer o embarque. Cachorrão, nosso amigo e filmmaker, os Assunção, já estavam todos `a nossa espera.
Voo da Lan, a melhor companhia aérea da AL, com duração de 5hs.
Chegando no aeroporto uma calorosa recepção…amigos Rapa Nuis nos esperavam com “leis” , aqueles colares de flores coloridas e muito “Mana” (Mana, é energia positiva na lingual tradicional polinésia).
Nos dividimos em várias caminhonetes 4x 4 e partimos para a nossas acomodações. Alemão e sua família ficaram numa casa bem confortável e nós numa pousada, aonde ainda encontramos o Sivinho, Bia e Ben (Mancusi), que gravavam para seus programa.

Almoçamos na beira da praia, num conjunto de 3 trailers, na frente do campo de futebol, onde se vende de tudo e se encontra todo mundo. Ceviches, empanadas e sucos naturais.

O clima é de festa e o swell já encostava nos gráficos e nas previsões. Amanhã tem onda. O negócio foi acordar cedo para guardar energias.

19/05, segunda:
Vinapu é uma onda tubular de direita, que quebra encima de uma bancada rasa de pedra, ao sul da ilha. Foi neste lugar que Burle, Alemão e seus amigos Rapa Nuis, Renê, Wilo e Uti foram surfar na primeira queda da temporada. Dizem que o difícil aqui é um bom vento terral para segurar a parede de onda. Neste dia tinha um vento bom e 8” de ondas perfeitas, azul da cor marinho profundo com turquesa, nas áreas mais rasas…lindo de morrer.

Temos 2 jet skis a nossa disposição e muita disposição de todos para rebocas os surfistas brasileiros…todos querem ver e aprender com eles…

Chegamos ontem e já somos conhecidos na Ilha toda…os “tablistas brasileiños”. Só espero que deixemos uma boa impressão….
Para nós, mulheres e crianças, nos restou  um banho de mar maravilhoso na piscina natural de pedras ao lado do porto de Hanga Roa. O clima está maravilhoso…entre 15o e 25o durante o dia.
Visitamos o “mercado de artesanias”, onde se encontram moais de todos os tipos e jeitos: em camisetas, brincos, imã de geladeira e brinquedos, além dos tradicionais artesanatos de Madeira esculpida e pedra.

20/05, terca:
Surfe em Papatangaroa e Vinapu. 8’ a 10’ pés com vento terral e altas imagens.

Acordei na fissura e fui surfar….mar com muito vento maral…mas value pelo esforço. A onda mais fácil que tem na ilha é ao lado do porto, na praia de Te Hanga Rio Rio. Esquerdas mais rápidas e direitas mais moleza, que quebram entre pedras. O fundo é raso na entrada e saída e tem que se tomar cuidado com ouriços (sempre).

Fomos todos passear pela Ilha com Pic Nic de Empanadas e frutas. Passamos por Vinapu, os 15 moais (Moais quer dizer estátua em polinésio Rapa Nui e estas, as mais imponentes da Ilha, estão de costas para uma linda baía, olhando para o vulcão Ranu Raraku. Reza a lenda que elas datam de 1.200 e que foram muito destruídas por guerras tribais e terremotos desde então. Em 1960 foram novamente colocadas no lugar por uma junto arqueológica.

Depois fomos ao Ranu Raraku, o vulcão que determinou de vez a vida e a cultura desta ilha. Suas rochas, sólidas e resistente, foram a base da construção das estátuas, hoje patrimonio da humanidade. Diz a história que há 1.000 anos atrás, Rapa Nui tinha várias aldeias, e cada aldeia tinha seus espiritos protetores, a quem os Moais eram dedicados. Todos vinham esculpi-las aqui, depois percorriam distancias superiors `a 20km com as mesmas, para colocá-las em seus “Hau” ou altares de pedras. O passeio é todo feito `a pé e tem que se entrar no parque Nacional, pagando um ingresso de US$ 60, que dá livre acesso `a todos os sítios arqueológicos. É um museu gigante a céu aberto.

Realmente o carro é muito necessário….bicicletas, para os mais aventureiros.

21/05,quarta :
Hoje acordamos cedo, tomamos nosso café reforçado (banana da terra cozidas, ovos, nozes, salada de frutas, nescafé….) e fomos checar as ondas em Vinapu. Chegando lá, mesmo contra as previsões, o mar estava lindo, perfeito…Cachorrão pulou na água (a principio p procurar a camera Go Pro , que perderam no dia anterior) com a Go Pro e eu fiquei filmando o Burle pela primeira vez do cliff. O Reninho ficou brincando de escavações, encontrou ossos, muitos bichos embaixo das pedras….Levamos empanadas, sucos, frutas e mais uma vez fizemos um grand epic nic. Nadamos também nas piscininhas naturais, que se formavam entre as pedras. Muito tempo depois outros surfistas se juntaram `a nós. Alemão, seus amigos, de SUP. Wilo destruiu sua prancha nas pedras.
Jantar no Te Moana para comemorar.

22/05, quinta:
Gabriel, nosso cinegrafista chegou hoje para completar o time! Eu e RK fomos passear pela cidade, compramos lembrancinhas na casa de artesanias, visitamos um studio de Tattoo e compramos empanadas para o almoço.

23/05, sexta:
Passamos o dia em Mataveri filmando. 2 jets, remade e tow-in o dia todo. Tinha até 15 pés de ondas fortes, rápidas, de esquerda, com vento terral, que dificultava muito a entrada na onda.
As criancas ficaram no parquinho brincando. A ilha deve ter 1000 criancas e uns 5 parquinhos…todos lindos, de madeira.
Jantar no restaurante do Rene, Te Moana para comemorar!

24/05, sábado:
Hoje explorei a cidade, fui `a igreja, visitamos lojinhas interessantes, como da alemã, Petra, que vive a 16 anos na ilha e fabrica seus proprios sabonetes e oleos de massagem e terapeuticos, além de vender chocolates caseiros e produtos da Weleda. Fizemos um almocinho na casa da Renata. Abobrinha, tilapias, arroz e lentilha.
A tarde surfe com os maridos. Acertamos em cheio. Sábado `a tarde com ondas, é o maior crowd da semana! Sobravam poucas ondas…estava lindo, mas sofrido para nós. Acabou que pegamos uma ou duas. Contratei a recepcionista da pousada para cuidar do RK e a Renata arrumou uma também. Deu super certo e nos divertimos das 16h30 até as 18h30….
Jantar no Te Moana novamente!

25/05, domingo:
Dia de sol, relax e surfe nas marolas. Muito sol, calor e ondas menores! Foi maravilhoso! Peguei mais esquerdas, que direitas. O Alemão ficou de “babá”, mas depois teve seu momento de curtição também. Almoçamos empanadas na praia e fomos passear. Por do sol no Ranu Kau, o vulcao ao sul da Ilha. Lindo.

26/05, segunda:
Acordamos antes do nascer do sol, 6h30 para ver o nascer do sol no Ranu Kau desta vez. Tiramos muitas fotos, filmes….voltamos para o café da manhã. Aluguei uma bike e fui pedalando até Anakena (18km). A única praia de areia branca da ilha, localizada numa linda baia com Moais a vigiando (claro!).

27/05, terça:
Nosso ultimo dia! Reunimos todos na pousada e partimos para a casa do Tuma (Tuma Heke Duran Veri Veri), ganhador por 16 anos do triatlon Rapa Nui, o “Tau’a Rapa Nui” ,modalidade esportiva que reune 3 atividades tradicionais da ilha:
- Vaka Ama: canoagem em pequenas embarações de “totora”, espécie de “taboa”, extraída das várzeas do lago pluvial do vulcão Ranu Raraku;
- Natação em Pora: “prancha” de “totora”;
- Aka Venga: corrida com 2 pencas de bananas nos ombros.
Tuma nos recebeu em sua casa, nos mostrou seus troféus, fotos dos campeonatos, de sua família e amigos. Na garagem, várias Vaka Amas e Poras. Tuma ensina as crianças `a fabricar estas embaracações tradicionais e tem muito orgulho de sua cultura. Fala com carinho do trabalho que dá para construi-las. Entre colher e secar as totoras, esticá-las e prendê-las com cordas no formato de uma “banana gigante” , leva-se um mês. O tempo de uso de cada uma chega a 4 anos. Tuma fabrica também seus próprios remos, de madeira esculpida.
Pegamos a Vaka ama e a Pora , colocamos no rack do carro e partimos para o lago do Ranu Raraku. Lá os mais corajosos se aventuraram num passeio pelo lago, experimentando os diferentes equipamentos. A água do lago é congelante e muito escura…uma bela experiencia! Com uma extrema conexão com a natureza, Tuma ainda nos presenteou com uma prece na sua língua natal, que deixou todos emocionados.
Ao chegarmos em casa, cansados e felizes, Wilo e René tinham ido pescar e nos presentearam com uma refeição típica: peixes assados na brasa sobre folhas de bananeira. Como não poderia faltar numa festa Rapa Nui, cerveja (Escudo), violão e canções típicas.
E assim, comemorando a amizade sem fronteiras, comemos e agradecemos juntos por esses 10 dias maravilhosos que passamos no umbigo do mundo!